Clube UMM

A sorte assim o quis, e ele veio parar direitinho às minhas mãos.

Foi numa tarde de Janeiro que o vi pela primeira vez ao vivo, andava a circular uma foto pela net, já tinha ouvido vários comentários sobre o protótipo, mas nunca o tinha visto. Tudo o que tinha ouvido falar era muito vago, afinal tudo se passou entre 1992 e 1994.

Foi nesse ano de 1994 que o protótipo foi matriculado, é o chassis 003, não sei, nem ninguém com quem eu falei sabe do paradeiro dos outros protótipos, diz-se que estão guardados, diz-se também que só um deles é que está em bom estado, o outro teve um acidente e está guardado mesmo assim sem nunca ter sido arranjado.

Muito se diz nas rodas de amigos, nos passeios, nas feiras, mas poucas são as coisas que batem certo.

No ano de 1992, a UMM teve que deitar mãos à obra e alterar o seu todo-o-terreno. Só para recordar, a empresa nasce em Julho de 1977, nessa altura a UMM compra os projectos e as licenças de produção do Cournil, Bernarde Cournil era o nome do francês que teve a ideia e que a pôs em pratica - produzir um veiculo para a agricultura - isto no ano de 1960. Entre 1960 e 1970 foram feitos mais de 1.000 4x4.

Em 1977 a UMM compra esse projecto, nessa altura já o Cournil tinha muitas aptidões, era um verdadeiro veiculo de todo o terreno já utilizado no exercito Francês. A  UMM tendo por base o Cournil começa a introduzir-lhe diversas alterações, daí terem existido as três versões conhecidas, em primeiro Tracteur, depois Randonneur e por fim Entrepreneur, essas modificações tiveram sempre em conta a robustez que caracterizava o Cournil.

Decorria o ano de 1991, quando se começou a falar do novo modelo totalmente revolucionário, que iria dar cartas, seria o melhor. Depois de muitos estudos, lá aparece o primeiro protótipo, em desenho. Foram feitas várias maquetas à escala, foram testadas em túneis de vento, na Faculdade de Coimbra, pelo gabinete de estudos aerodinâmicos da ADAI , e por fim o projecto nasceu no meio de muitos segredos.

De seu nome UMM A4 11 Gil, era um luxo para a época. Começando pelo chassis, em tudo era igual ao seu irmão mais velho alter 2 de 1993, tinha no entanto uma grande diferença ao nível da suspensão.

No caso do Gil essas molas foram substituídas por molas helicoidais, nos dois eixos, mas mantiveram os eixos rígidos. A barra estabilizadora também foi revista e alterada, afinal este novo UMM é bastante mais leve que o seu irmão.

Quanto aos diferenciais, eles não são iguais, embora sejam ‘Dana’, penso que estes diferenciais são de origem inglesa.

O sistema de travagem não foi alterado, manteve-se igual ao do Alter II, com discos ventilados na frente, a única coisa que foi alterada foi a posição das bombas da frente.

Agora o motor: o Gil foi equipado com o motor 2.5 Turbo Diesel, já conhecido por todos, mas agora muito mais tapado, na realidade quase não se tem acesso a nada.

A caixa de velocidades é a mesma assim como a de transferência.

Em tudo o Gil mudou, principalmente no que respeita ao conforto e equipamento, o Gil está equipado com os mais variados sistemas tecnológicos, de salientar o ar condicionado, os vidros eléctricos, o fecho centralizado, os bancos eléctricos, entre outros não menos importantes como é o caso do equipamento de som.

Para já o Gil vai receber um tratamento de beleza e mais tarde irá ser apresentado à sociedade com toda a pompa e circunstancia, até lá bons passeios.


Texto: Miguel Gomes