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Rui Cardoso (www.expresso.pt)
16:40 Quinta-feira, 29 de Out de 2009
Em Novembro de 1989, a Baja de Portalegre disputou-se debaixo de um dilúvio como não há memória. Havia mais de duas centenas de participantes em automóvel e apenas 16 chegaram ao fim, o que diz bem das condições do percurso.
Na zona mais a sul, disputada durante a manhã, os barros de Campo Maior eliminaram logo boa parte dos participantes. Corria-se em pistas escorregadias e, sobretudo, muito trilhadas, entre vedações. Se o carro da frente atascava, era preciso "inventar", fosse furando as aramadas e atalhando pelo lavrado, fosse desatascando os que estavam plantados.
Perto de Nossa Senhora dos Degolados havia uma subida onde os jipes tinham que contornar motos enterradas até ao guiador. Não é uma metáfora. Eu próprio lá passei, com bastante dificuldade e vi motards transformados em bonecos de neve, melhor dizendo de lama.
Armadilha à espera
Quem chegasse à última assistência (perto da Comenda) de dia, tinha boas hipóteses de acabar a corrida. Contudo, uma clareira transformada em "mousse de chocolate", a 20 km do final, funcionou como armadilha para duas dúzias de carros (entre os quais aquele onde eu seguia).
Os gémeos Carlos e Rogério Almeida que, já nessa altura comandavam a corrida, foram os primeiros a lá passar e recordam: "Íamos de terceira a fundo e, de repente, o carro começou a perder. Pensámos que era o turbo que tinha partido mas afinal era a lama que afundava muito".
Para comemorar esta vitória histórica numa corrida onde, aos comandos dos UMM Alter Turbo, despontaram outros (então) jovens e promissores pilotos (Carlos Sousa, Francisco, Esperto, etc.) este fim-de-semana os Almeidas regressam a Portalegre com o carro de há 20 anos meticulosamente reconstruído.
Repete-se assim numa categoria especial, o sucesso do ano passado, com quatro UMM à partida e outros tantos à chegada, incluindo o de Tucha, vencedor da II Baja de Portalegre (1988).
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••Quinta•, 29 •Outubro• 2009•
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